Aikidô: seu eu faço, qualquer um pode fazer Parte - I
Faz tempo que eu queria fazer um post sobre Aikidô. Sabe quando a gente conhece algo que muda a tua vida? Pois é.
Para quem não sabe, o Aikidô, bem resumidamente e de forma bem leiga, é uma arte marcial que nasceu no Japão no século passado, por Morihei Ueshiba, inspirado nas artes marciais praticadas pelos samurais lá no tempo do guaraná com rolha.
Para maiores informações sobre a história do Aikidô: aqui
Conheci o Aikidô por indicação de uma amiga minha, a @anareczek, que me disse que estava “aprendendo uma lutinha que aprendia a cair”.
Achei super interessante essa história de aprender a cair, pois, para quem ainda não sabe, quando eu era criança sofri maus tratos de uma babá. Uma das formas de tortura por ela utilizada era ameaçar me jogar pela janela. Pronto. Aí nasceu um trauma que até hoje luto para superar, já que morro de medo de cair, dar cambalhotas, pular, etc.
Nessa época, tinha acabado de descobrir que sofria de hipotireoidismo, e que, precisaria fazer alguma atividade física pro resto da minha vida. Como eu não tenho paciência para freqüentar academia com musculação e ginástica (porque sempre tem gente metida e as aulas são muito repetitivas), achei que praticar um esporte seria uma boa saída.
Na verdade, estava até orgulhosa de mim mesma por ter tomado essa atitude. Nunca pratiquei nenhum esporte, estava bem acima do meu peso, tinha começado um tratamento para minha doença, e ainda resolvi praticar algo que tinha medo de fazer desde criança. Eu já tinha noção que seria um desastre total.
Assim, com Aikidô eu praticaria uma atividade física e superaria um trauma que já estava mais do que na hora de ir embora da minha mente.
E, no dia 27/04/09, lá fui eu para o meu primeiro treino de Aikidô. Como eu era novata, o sensei fez uma demonstração com seus alunos mais graduados. O sensei ia aplicando os golpes e os seus alunos iam “caindo voando” para tudo quanto é lado.
Nessa hora eu pensei: “É. Fudeu. Onde eu estava com a cabeça? Eu vou me quebrar toda!” Nem preciso dizer que na hora das quedas eu era um desastre apocalíptico.
O tal do mai ukemi mesmo, só fui tentar fazer lá pela quarta aula. Sente o drama:
Você acha que eu estou exagerando? Cheguei a desmaiar e ter crise de choro no meio dos treinos por não conseguir enfrentar o medo de cair.
Isso sem contar que a gente tem que ouvir um monte de palavras em japonês, e, para mim, qualquer expressão em japonês parece nome de comida. Poxa, Aikidô que dá fome! Fala sério, até hoje, para mim, irimi nage é uma variação de sushi e kotegaeshi me lembra um peixe refogado.
O que mais achei interessante é que NUNCA, alguém lançou sequer um olhar de desprezo ou de ironia pelo fato de eu sempre “fazer vergonheira” na hora das quedas. E NUNCA alguém riu da minha dificuldade (que tenho até hoje) de saber o que é lado direito ou esquerdo.
Todos sempre foram super compreensivos, por mais que eu atrasasse a aula com os meus “pitís”.
No aikidô não tem competição, nem ganhador nem perdedor. Os únicos inimigos que eu tive no tatame eram eu e meu medo. Aos poucos, bem aos poucos, fui me soltando e aprendendo a cair.
Ainda tenho muita dificuldade, tenho mesmo, mas, é muito saboroso olhar para trás e poder dizer EU ME SUPEREI.
Não tenho aptidão natural para o Aikidô. Já vi, várias pessoas caírem na primeira aula bem melhor que eu em seis meses de treino.
Mas o pouco q eu consegui foi na raça mesmo, com muitos roxos pelo corpo. Quando eu tive que aprender as quedas básicas para o exame de faixa amarela, cheguei a contar 17 roxos pelo corpo. Tudo bem que eu sou branquela e qualquer coisa me deixa roxa. Mas 17 roxos? Eu estava parecendo mulher de malandro.
Mas o próprio fundador do Aikidô disse que essa arte marcial pode ser praticado por qualquer pessoa independente de sexo, idade ou porte físico. E, bom, acho que hoje eu sou a prova viva disso.
Se quiser perder um pouco mais do seu tempo, está aqui o vídeo do meu último exame de faixa q aconteceu em dezembro de 2009.
O De França comentou no twitter que foi ele que me passou o telefone do sensei para eu ir fazer um shiatsu quando eu tava com dor nas costas. Ou seja: a culpa de tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo que acoteceu em decorrência é dele!!
Espero que ele nunca volte lá para fazer shiatsu senão vai acabar tomando uma surra do eduardo por ter nos levado até lá. :)
Parabéns pelo layout novo!
O Macacao Sapiens sabe que tu costuma desistir dos blogs assim que ganha um template novo? Ve se pelo menos por ele tu aguenta um mesinho! :P
Boa sorte com o blog, acho que esse site pode te dar umas dicas boas: http://blosque.com/