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Memórias de uma quase suicida


Sim. Já pensei em me matar e até já decidi fazê-lo uma vez na vida.


Há horas em que cansamos dessa vida, desse corpo. Olhamos para um lado, olhamos para o outro e não vemos solução.


Sempre imaginei que cometer suicídio fosse um ato de desespero. Não. Desespero, agonia, choro incontrolável, tudo isso se sente antes de cometer o suicídio.


A partir do momento em que se decide tirar a própria vida, uma paz enche teu coração, as lágrimas cessam e, por mais macabro que pareça, uma luz no fim do túnel se acende.


É um paradoxo aparente: enfim, encontra-se uma razão para viver: a própria morte.


Torna-se afável a idéia de se livrar do corpo, dos problemas desse mundo. Tu te olhas no espelho e se despede desse amontoado de células que, até então, faziam parte da sua vida. Impossível tu não imaginares teu corpo gélido num caixão forrado de seda creme coberto de flores e tule branco.


Sente-se aquele cheiro de flor de campo característico de velório. Pela primeira vez, pude entender o que aquela música “Flores” do Titãs quis dizer. Seja lá quem compôs essa música, o compôs neste exato momento.


Mas ainda tem de se pensar de como se livrar desse corpo, o tipo de suicídio que se pretende. Serenamente escolhi a ingestão de comprimidos e àlcool. Tal opção me pareceu mais indolor. A idéia era desmaiar antes de morrer pois não queria mais sentir dor nessa vida. De dor, basta a dor emocional, esse sentimento que aleija a gente de tudo que há de bom nessa vida.


Comprimidos não faltavam na minha casa. Fiz um mix deles, para dificultar a lavagem caso descobrissem o que eu tinha feito.


Me pus a escrever minha carta de suicídio. Para quem endereçar? Escrevi à minha amiga de infância pois sabia que ela não lidaria bem com a minha morte.


Neste momento, e só neste, chorei. Pela primeira vez, pensei que ao morrer, mataria uma parte das pessoas que amo. Como não fazê-los se sentir culpados por mais que eles não tivessem culpa alguma?


Me senti culpada pela culpa que iria provocar nas pessoas que amo nesse mundo. Com certeza, eles iriam se perguntar como não perceberam que eu não estava bem, como uma pessoa tão forte, tão para cima poderia fazer algo do tipo?


Percebi que o suicídio é um dos atos mais egoístas que um ser humano pode cometer. É um pensar em si, na sua paz, sem saber que atitutes irreversíveis podem acabar com a sua vida e com a vida das pessoas que tu amas.


Nessa hora, me lembrei de um caso de um chefe de família que, endividado, matou a esposa e filhos e depois se matou. Para muitos um ato cruel. Mas não, foi amor. Seria muito mais cruel tu te matares e deixares tua família viva morrer de fome.


Quando terminei de separar os comprimidos que eram no total de 80 entre: antidepressivos, ansiolíticos, calmantes, controle da pressão alta e relaxantes musculares; fui na internet e comecei a fuçar no Google sobre a forma mais eficaz de se matar com comprimidos.


Acabei me deparando com esse vídeo.


Nele, Nelson Moraes, praticante do espiritismo de Allan Kardec contou a seguinte história:


“Vou te contar um caso de um senhor. Ele era um grande comerciante de tecidos. Isso na década de 40. E ele comprou um lote imenso de tecido, fez um bom negócio. Só que aí veio a guerra e, meu Deus do céu, ele não conseguia vender mais nada. E aí começaram as cobranças, e ele era um homem de caráter e morria de vergonha dos cobradores baterem na porta dele.


Ele entrou em desespero e falou para um amigo: Vou me suicidar.


E esse amigo falou: “não, não faça isso, pelo amor de Deus, antes vamos conversar com Chico Xavier” e levou essa pessoa até Chico Xavier.


E Chico Xavier falou para ele assim: “meu irmão, confia em Deus pelo menos mais 15 dias”


E eles vieram embora. Mas com 9 dias ele não agüentou e se suicidou.


Quando deu 15 dias da ida dele no Chico, veio um grupo de empresários e arremataram todo o tecido da mulher e deixou ela bem de vida”


Quando ouvi essa história, pensei: Está aí, vou dar esse 15 dias. Afinal, o que são 15 dias a mais ou 15 dias a menos? Pelo menos, ninguém vai pode me jogar na cara que eu não dei crédito a uma força superior num momento difícil.


Os 15 dias se passaram, as coisas se acalmaram um pouco e coloquei meu plano de me matar em stand by.


E, hoje, estou aqui, descobrindo a cada dia que, como diria Belchior:


Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Dicas de como conquistar/cantar/xavecar uma mulher FAIL ou GORDA É A MÃE!



Tu que és homem, sabes como conquistar uma mulher na rua? Não? Simples: Encare-a ao longe e, quando ela passar diga: "Oh saúde, hein!"


É batata. Ela vai te olhar e querer tirar a roupa alí mesmo pra ti, louquinha de tesão!


Sente só a dica para seduzir mulher! NOT!


Pois é. Eu juro a vocês que eu não entendo o porquê dos homens cantarem a mulherada no meio da rua. Espero, de todo coração, que eles saibam que a probabilidade de se conquistar uma mina assim é zero!


Como sou boazinha e de vez em quando eu tenho Jesus no coração, presumo que seja apenas um fetiche. A fantasia está, justamente, em soltar a cantada e não em receber alguma coisa em troca além do nobre ato de ignorar e fingir surdez congênita.


Mas esse não é o foco. Até mesmo porque não sei o que é mais desagradável: passar em frente a uma construção e receber esses xavecos power ou passar por ela e não receber cantada nenhuma. Realmente, não sei.


Mas de uma coisa eu sei. Se tu homem, queres conquistar uma mulher, xavecar, cantar na rua ou o escambal, faça. Quem está fazendo papel ridículo és tu.


Mas, sob nenhuma hipótese, solte as célebres cantadas: “oh, saúde hein?” “Essa nem precisa de plano de saúde”, “quanta fartura”, etc...


Acreditem se quiser, mas eu ouvi todas elas hoje.


Todos sabemos que quem gosta de osso é cachorro. Que quem gosta de modelo é estilista e que todo estilista é viado. É bom ter onde apertar e tal. MAS, NÃO PRECISA ME CHAMAR DE GOOOOORDA POR TABELA, CARALHO!!!!


É para elogiar ou para traumatizar? Homens, chamar uma mulher de gorda por tabela é tão ofensivo quanto insinuar que o cara tem o pinto pequeno!!!! fikdik


Porra, o que aconteceu com o gostosa, avião, docinho de côco e etc?


Receber xaveco na rua não é uma das sensações mais agradáveis na vida, ainda mais me chamando de gorda por tabela..... PORRA, HOMENS, PORRA!

Minha impressão dos paulistanos


Atendendo a TOOODAS as pessoas que me pediram, falarei sobre São Paulo.


O que mais eu tenho gostado dessa cidade? O povo!


Quando decidi vir morar em Sampa, todas as pessoas me alertavam sobre como os paulistanos são mal educados.


Para minha doce surpresa, não foi isso que eu vi.


Por mais que o paulistano esteja numa corrida contra o tempo, ele sempre tirará 20 segundos do seu tempo para respirar e te dar a informação desejada.


Os homens são muito mais educados que as mulheres. Essa coisa de homem tratar uma mulher bem me soou bem estranho no início.


Em Criciúma, se um cara te trata bem, podes ter certeza que ele quer te comer. É batata! Até onde percebi, o homem paulistano trata a mulher bem naturalmente. Vai entender né?


O paulistano recebe muito bem os catarinenses. Na verdade, os gaúchos, porque, para o paulistano, do Paraná para baixo é tudo gaúcho! Não sei se catarinense é gente boa, ou, se nos tratam bem só pelo fato de não sermos nordestinos.


Aliás, ser chamado de nordestino aqui em São Paulo é um baita insulto. Porcausa daquela coisa que a gente estudou lá na aula de geografia: o êxodo rural.


O fato é que boa parte dos subempregos são ocupados por eles. O nordestino tem uma educação própria, que para mim e, pelo jeito, para os paulistanos também, aparenta uma falta de educação. Eles falam alto, gesticulam muito. São diferente mesmo.


Cada cultura é cada cultura, e, apesar desse jeito diferente do nosso, não vejo o porquê discriminá-los. Mas que o preconceito existe, existe.


Quem me conhece sabe que sou alta. Mas, se em SC eu era alta... em SP eu sou gigante! Esse é um povo de pigmeus. Até hoje, dentre milhares, não encontrei uma paulistana que seja maior que eu. Os homens? Até tem uns altos, mas a grande maioria são baixinhos.


Falando especificamente dos homens, a maioria é feio. Mas quando eles tiram para ser bonitos... eles são perfeitos!!! Se forem nas áreas nobres então... tem cada um que tira o fôlego. Mas, assim, só serve para olhar mesmo porque eles sabem que são lindos e não dão bola pra ti.


Outro detalhe é o amor que o paulistano tem pelo palavrão. Caralho, porra e fudeu faz do cotidiano tranquilamente.


No começo, eu ficava ofendida achando que eles estavam me xingando. Mas não, eles falam assim mesmo. Ao invés de falarem: “Priscila, me traga tal coisa urgente”, ele dizem: “Caralho Priscila, me traz a porra da coisa. Cê tá querendo me fudê, meu?”


Ah, já ia me esquecer! Aqui é super normal o fenômeno @RChicuta: aquele cara todo pequenino que, quando abre a boca, sai aquele vozeirão de homem macho pra caralho! Eu ainda me supreendo com isso!


O paulistano tem uma voz grave, o que é bom para os homens porque os deixam másculos, e, ruim para as mulheres porque as deixam com voz de machorra.


Como o sotaque do sul é um tom, digamos, mais feminino, é normal os homens paulistanos terem um fetiche com o nosso sotaque e, claro, zoarem com a sexualidade dos homens gaúchos (catarinenses ou não).

Felicidade deixa o cabelo bagunçado


Sou mulher e, como toda mulher, tenho minha vaidade. Não é o que se possa dizer: “Nossa, como a Pri é vaidosa!”. Mas andar cheirosinha é o mínimo que qualquer ser humano deve fazer.


Toda mulher que se preze é vaidosa com o cabelo. Tenho que admitir que já fui mais. Descobri que quase todas as coisas legais da vida me deixam descabelada.


Então para que perder taaaaaanto tempo fazendo escova ou piastra?


Dançar descabela, praticar esportes descabela, brincar no mar descabela, deitar na rede descabela, brincar com meus gatos descabela, bebedeira descabela e claro, sexo descabela.


Todas as coisas citadas só são bem feitas se, ao final, me olhar no espelho e ver meu cabelo todo bagunçado.


Fazer coisas legais nos exigem liberdade de movimento, mesmo que seja ao ar livre, mesmo que seja na chuva, mesmo que seja na neve. E nosso cabelo não tem como não pagar o preço... E, sinceramente, acho um preço bem digno.


Meninas, vamos nos livrar da ditadura da piastra e sermos mais felizes com nosso cabelos desarrumados e sorriso no rosto. Afinal, a felicidade é o melhor rejuvenescedor e mais eficiente tratamento estético!

Só mais uma sobre amizade


Eu sei que não sou linda, magra e rica. Acredite: passei os anos da adolescência ouvindo isso pelo menos umas duas vezes por semana.

E isso, como certa vez me disseram, me tornou uma pessoa amargurada.
Mas, a gente segue a vida em frente e consegue perceber que há relações que não dependem da estética ou do status.

Aprendi que dá para se divertir mesmo não sendo pop. E que até dá para fazer umas merdas de vez em quando. Só para temperar a vida, sabe?

Mas a melhor parte da vida que eu experimentei até agora foram o amigos que coletei no caminho. Amigos de verdade.
Mesmo sendo feia, gorda e pobre... posso fechar meus olhos e pensar: “se eu tiver um corpo para me livrar dentro do porta mala, para quem pediria ajuda?” É bom guardar na mente e no coração a lembrança desses rostos tão importantes.

Certamente eles me ajudariam a livrar do corpo, mas mesmo que eu quisesse fugir dessa lembrança (por medo do julgamento ou da vergonha), eles não deixariam.
Eles falariam na minha cara a merda que eu fiz... eu querendo ouvir ou não. Me dariam sermão, me dariam de dedo, me bateriam na cara, cuspiriam se fosse necessário. Mas, me fariam enxergar a realidade.

Amigo não é só para mimar não, e nem sempre pode estar ao nosso lado quando precisamos. Mas quando está... está, a gente querendo ou não.

Já fiz merda na vida e já tive que escutar sermão dos meus amigos quando o que eu mais queria era me enfiar num buraco e sumir.

Mas eles me arrancaram do buraco à força e me fizeram enfrentar vida de cabeça erguida.

Amigos são, realmente, a família que a gente escolhe.

Como eu já disse, já fiz merda e já virei assunto da cidade. Sabe como é né? Solteira, bebida demais e juízo de menos... receita perfeita da uma bela e engraçada confusão. Meus amigos sentiram a tão famosa vergonha alheia (são amigos mas são humanos), até eu fiquei com vergonha alheia de mim mesma.

Meus amigos nunca me deram presentinhos. Nunca ficaram mandando sms dizendo o quanto gostavam de mim. Nunca me mimaram ou me deram conselhos muito construtivos.
Mas, mesmo eu não querendo, sempre que necessário eles viraram pra mim e gritaram: “Porra, Priscila, Porra!”

O ateísmo fanático



Todo mundo está farto de saber que pessoas fanáticas por alguma religião são chatas. Mais um texto sobre isso na web seria perda de tempo.

O que poucos falam é que os ateus declarados são super chatos também! Acreditar que não se acredita em nada é uma dentre as milhares de possibilidades existentes. Mas, assim como os religiosos, os ateus fanáticos são um saco!

O pior tipo de ateu fanático é aquele que um dia já foi um religioso fanático. Esse tipo de pessoa é um pêndulo de relógio, sempre em um extremo. São desequilibrados natos, apenas mudando o foco do desequilíbrio.

Costumam argumentar com a célebre frase: “Não há nada cientificamente provado que Deus existe”. Pois é. A ciência nunca provou a existência de deus, mas, também, nunca provou a sua ausência.

A filosofia encara essa questão de frente há muito mais tempo que a ciência, e, também, não conseguiu chegar a nenhuma conclusão.

O fanatismo é sempre ruim. E, não adianta disfarçar o fanatismo com argumentos científicos e, em tese, com determinado grau de razoabilidade.

O ateu fanático continua tão equivocado quanto o religioso fervoroso e não percebe que é apenas o outro lado da moeda da religião cega.

Se decepcionar com alguma religião, ler alguns filósofos e aprender a argumentar razoavelmente e montar um blog ou fazer vídeos na net, não o aproxima da verdade nem o torna detentor supremo de algum conhecimento.

Lamento informar a esse tipo de gente que vocês continuam os mesmos bobinhos que freqüentavam a igreja e seguiam a risca todos os ditos religiosos. Vocês continuam obstinados a saber dos mistérios da vida, ingênuos achando que detém a resposta. São incapazes de admitir que simplesmente não sabem o qual a verdadeira verdade. Apenas, foram para o outro lado do pêndulo.

São tão soberbos que somente mudaram de resposta embasados por argumentos tão falíveis quanto a de qualquer religioso fervoroso. Mas, a cegueira que leva a humanidade pela a mão, essa continua a mesma, independente do lado do pêndulo que você se encontre.

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