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Um estágio, dois peitos e um mico
Dia 17 de agosto foi o dia do estagiário. Nem sei se esse dia existe mesmo, mas o twitter (o novo oráculo de notícias que superou o Google) me disse que sim.
Lembro-me da minha época de estagiária há muuuuuuuito tempo atrás. Numa época em que estagiário não tinha férias e passávamos o verão inteiro cobrindo o lugar dos efetivos que iam passar seus 30 dias de sombra e água fresca na beira do mar tomando aquela cervejinha gelada.
O fato é que todo estagiário só pode se dizer estagiário; se pagar um mico básico. Comigo não foi diferente e, também, paguei os meus.
Logo, para comemorar esse dia que já passou, vou repartir o meu maior mico enquanto estagiária:
Há dez anos atrás (velha é a mãe), como toda boa acadêmica de direito, estagiava no cartório do fórum da minha cidade.
Na época, o atendimento era feito num balcão na altura do meu umbigo, e, como toda estagiária, fui exercer minha função: atender o público.
Chegou um advogado muito distinto e me pediu para fazer uma certidão manuscrita. Me curvei no balcão e me pus a escrever o conteúdo quando notei que o tal advogado estava de olho vidrado nos meus peitos.
Que situação chata, cara! Eu podia estar matando, roubando, me prostituindo, mas, eu estava lá... estagiando honestamente e tinha que passar pelo ridículo de ter um advogado babão encarando os meus peitos na maior cara dura sem ao menos disfarçar.
Minha vontade era de bater no cara até sangrar, mas fiquei tão, mas tão constrangida, que fiquei na minha durante o atendimento.
Cumpri minha função dignamente, o advogado foi embora.
Pensei: Eu sei que tenho peito grande, mas não estou com nenhum decote que chame a atenção para o advogado encarar da forma que encarou.
Nesse momento, olhei para meu peito dando uma conferida, e, percebi que a minha camisa tinha se aberto até a barriga! Estava de sutiã rendado, transparente, meia taça (na época era moda) aparecendo, ou seja, eu estava praticamente com os peitos de fora!!!!
Dava para ver até o farol aceso, gente!!!! Que vergonha! Aí, entendi porque o cara ficou vidrado nos meus peitos durante toooooodo o atendimento.
Mas, também, achei que seria digno ele me avisar que minha camisa estava aberta. Mas ele não avisou... ele ficou láááá... babando durante minutos com os olhos arregalados e boca entreaberta.
Bom, o cara deve ter se divertido. Os doutores advogados devem saber que não são todos os dias que os senhores são atendidos por estagiárias de sutiã no fórum da sua comarca né? hahahahaha
Sim, há coisas que só acontecem comigo mesmo.
Nós, mulheres, criamos ontem os monstros de hoje
É isso mesmo. A maioria dos homens cafachorros (cafajeste + cachorro) de hoje foram criados por nós durante anos.
Lembre-se mulher, durante sua adolescência, toda vez que chegava um cara fofo, todo romântico, tu dizias “ai que gracinha, mas não to a fim”. Sempre fomos seduzidas pelo popular bombadão da classe que tratava as mulheres como um nada.
Mas aí a gente cresce e percebe que o carinha popular é um babaca. Que, no fim, a gente procura um cara legal, romântico e companheiro. Começa a dar valor às coisas que realmente interessam.
Ocorre que esses caras legais da nossa adolescência também cresceram, e, aprenderam com o nosso desprezo a como ser um verdadeiro cafachorro para não se machucar e se divertir. Foram tão desprezados por nós, mulheres, que aprenderam a nos enganar, e fingir que nos amam só para nos levar para cama.
Essa semana, reencontrei um desses “ex carinha legal”. Fiquei chocada com as histórias que ele me contou e pela forma que ele trata as mulheres com quem fica. Na hora eu pensei: “Culpa nossa, que criamos esse monstro. Agora, queremos um cara legal e não encontramos. Pena.”
Dicas matrimoniais para as bem nascidas criciumenses
Querida amiga, hoje minha dica é para ti, mulher criciumense, que recebeu a dádiva de carregar, desde o berço, um sobrenome renomado. As portas da nossa sociedade se abrem naturalmente para ti, que és a perpetuação genética das nossas famílias tradicionais.
Mas, mesmo assim, ainda necessitarás de um marido, né? No teu caso, amiga, tu podes te dar ao luxo de casar com cara, também de família tradicional, ou, até mesmo com um qualquer Silva. Afinal, teu sobrenome de berço te garantirá uma cadeira cativa nas nossas festas.
Qualquer Silva serve amiga, desde que seja um rico emergente. Assim unirás o útil ao agradável: o teu sobrenome somado ao dinheiro do teu marido, te fará uma digna dama da sociedade criciumense.
Claro que a beleza se sobrepõe a inteligência. Porém, uma forma simples de entrar em contato com pretendentes ricos ou ricos em potencial sem sobrenome tradicional é freqüentando a faculdade.
Parece doido né? Mas é um investimento/sacrifício que vale a pena. Pense, onde encontrar futuros empresários bem sucedidos? No curso de administração! Então, que tal fazer freqüentar as aulas de secretariado executivo?
Tu queres o glamour de se esposa de um doutor? Então curse fisioterapia para se aproximar dos médicos, ou, curse direito para se aproximar de juízes e promotores.
São alguns anos de dedicação, é verdade. Mas pense que um bom casamento é uma dádiva para qualquer beldade da região carbonífera.
Afinal, trabalhar duro e ser solteirona são coisas paras as pelegas. Nós, legítimas representantes da sociedade criciumense, precisamos de tempo para organizar as nossas recepções e fazer compras em Floripa.
Semana que vem tem mais. Beijos lambrusquianos pra ti!