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Meus tons de cinza não são os da moda


É duro se dar conta que está órfã. As vezes, ser órfã por opção é, simplesmente, optar pelo menor sofrimento.
Dói ter que dizer não a uma pessoa que te machuca ou permite que outros o machuquem.
Ninguém me disse que a vida poderia ser assim, tão triste e tão sem sentido.
É triste saber que não se tem família. Um dia você acorda e se percebe só no mundo. Quando se olha para os lados e só enxerga o vazio, é um sinal que não vale a pena viver.
Eu sei que tenho  dom de despertar desprezo e ódio nas pessoas. Mas é que a gente só dá aquilo que tem.
O ódio eu nem ligo tanto.... mas o desprezo, esse não ligar para os sentimentos alheios,  esse constrangimento quando os olhares se cruzam... isso é cruel.
Por isso prefiro me afastar, mergulhar em meus devaneios particulares. Tenho que me perder para me encontrar.
Por que esse masoquismo bobo de querer estar ao lado de quem não nos considera?
Queria ser uma dessas pessoas que gostam sem esperar nada em troca. Mas eu espero. E quando não recebo, eu sofro. Não tanto pelo desprezo em si, mas porque não sou do tipo de pessoa que gosta fácil, mas, quando gosta... gosta de verdade.
É como se desse uma pérola de presente e essa pessoa deixasse ali, junto das quinquilharias, na estante empoeirado.
A estrada da vida é muito longa. Devemos deixar algumas coisas que pesam pelo caminho para tornar a caminhada mais leve. Eu estou deixando meu coração.

2 Response to "Meus tons de cinza não são os da moda"

  1. Dizem que a vida é curta.
    Se assim for, realmente só vale a pena compartilha-la com quem realmente nos aceita...

    Guilherme says:

    "É triste saber que não se tem família. Um dia você acorda e se percebe só no mundo. Quando se olha para os lados e só enxerga o vazio, é um sinal que não vale a pena viver."

    Não sei o que comentar sobre o texto... mas entendo essa parte muito bem.

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