Gostou?

Share |

Essa doce resiliência


Um dia, juntei todas as penas que sentia de mim mesma e fiz belas asas e voei.
Um dia, peguei todas as pedras no meu caminho e construí uma ponte.
Um dia, guardei todas as lágrimas e coloquei dentro de um pingente que agora brilha ao Sol.
A verdade é que o tanto faz não me satisfaz.
Quero o todo, mesmo que tenha que me conformar com o nada quando, no máximo, poderia ter só a metade.
Um dia, deixei de fingir quem eu queria ser para ser eu mesma e gostei.
Não porque era bela ou deliciada. Mas porque eu era única em toda minha complexidade resumida em gargalhadas de piadas que somente têm graça em meu universo particular.
Sou dessas, que faz da tristeza fortaleza e que se diverte de vez em quando para não sentir a vida pesada.
Todas as minhas cicatrizes, que para seus olhos pode me tornar deformada; para mim, são lindas e me tornam mais bela ainda, pois, contam a minha história. Uma história feliz, mesmo que não seja o tal “felizes para sempre”.
Cair e levantar sempre e, uma vez ou outra, se apoiar naqueles poucos amigos de verdade. Não que eles sejam muletas. Eles são escadas para que possamos subir e ver o mar além do muro. Eles são esperança.
Olhei-me no espelho e gostei do que vi. Meus pequenos refúgios: um livro, um bichano, um amigo e uma xícara de café. Não preciso muito mais do que isso para me sentir feliz.
Olhei para trás e sorri. Não que meu caminho tenha sido belo e cheio de flores, mas porque poderia estar louca por passar por tantos infernos. Mas estou aqui, serenamente me amando, escrevendo essas palavras.

Ah, essa doce resiliência...

0 Response to "Essa doce resiliência"

Postar um comentário

Powered by Blogger