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A menina e o monstro


Tem dias que eu acordo querendo dominar o mundo.

Tem dias que eu, simplesmente, quero sumir dele.

O mundo é bom dos olhos daqueles que vêem.

Mas, meus olhos são negros e enxergo tudo em tons de cinza.

Às vezes vejo algumas cores, mas não são as minhas. São as dos meus amigos.

Porque quando volto a ficar só, os tons de cinza prevalecem.

Não é fácil ser a decepção da família, afinal, aquela garotinha inteligente poderia, no futuro, encontrar a cura do câncer.

A garotinha cresceu e se tornou um fracasso, um peso para a família.

Peso tão pesado que nem eu mesma suporto.

Cresci querendo conquistar o mundo, mas, me descobri que mal consigo dominar a mim mesma.

Posso rir, contar piadas, aconselhar... mas não consigo expressar esse lado negro do coração.

Ver meu verdadeiro eu, seria como ver o próprio diabo no reflexo do espelho.

Apenas consigo flertar com esse monstro, mas, derrotá-lo... isso já está fora do meu alcance.

Ele quis.



Um dia ele quis voltar.
Homens são assim... eles voltam quando desistimos deles.
Sim, ele quis voltar. Como se nada tivesse acontecido.
Já tinha seguido meu caminho, me conformado, cicatrizado a ferida.
Mas, ele quis voltar. Como se o tempo pudesse voltar.
Não consegui responder. Só sentia as lágrimas mornas caindo pelo meu rosto.
Contudo, ele quis voltar. Aquele eterno desconhecido.
Só que o abraço dele, que um dia tanto desejei, me causaram repúdio.
E ele ainda quis voltar. Respondi com o meu silêncio e tornei a subir as escadas.
Se pudesse, embrulharia essa música e daria de presente para que ele, realmente, entendesse o que estava sentido no momento.
Ele quis voltar. É, os homens são assim...

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