Bem e mal: Uma questão de olhar na alma
As mais lindas histórias são apenas detalhes das grandes tragédia humanas.
No ápice do mais deliberado ódio, encontramos uma singela gota de generosidade.
Quantos exemplos de compaixão, amor e amizade podemos pinçar em meio a uma guerra avassaladora, um desastre natural ou um trágico acidente?
O mal é incapaz de dominar o mundo. Por mais que, às vezes, nos iludamos nesse sentido e, por mais que o vejamos triunfar por toda a parte, sempre encontraremos ali escondido num canto, num detalhe, uma mão estendida, uma lágrima confortante, um carinho fraterno.
O mal é sempre demonstrado em grandes proporções e tem a necessidade narcizista de se alastrar, transformando o sofrimento ruidoso em seu grande império da perdição.
Já o bem nutre a humanidade em conta-gotas. É um santo tratamento homeopático. O bem não precisa de platéia. Necessita, apenas, do bem feitor e do afortunado.
O que nos falta são olhos sensíveis para encontrar o bem numa fresta da cortina do mal. São elas que nos dão luz suficiente para enfrentar a escuridão da cortina.
O mal pode dominar as manchetes dos jornais, mas o bem estará ali, nem que seja nas entrelinhas de uma nota de rodapé.